Dois Mortos e 10 Feridos em Nova Investida da Polícia Contra Manifestações em Chimoio
Pelo menos duas pessoas perderam a vida e 10 ficaram feridas durante confrontos entre a Polícia da República de Moçambique (PRM) e manifestantes no bairro 7 de Abril, em Chimoio, província de Manica, na segunda-feira, 18 de novembro.
O episódio ocorreu no contexto das manifestações contra os resultados eleitorais e a brutalidade policial, lideradas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Os protestos intensificaram-se após relatos de que agentes da PRM incendiaram uma barraca pertencente a Paulino White, amigo próximo de Mondlane e figura importante na mobilização das manifestações. De acordo com White, os policiais removeram câmeras de segurança e saquearam o estabelecimento antes de incendiá-lo.
Durante os confrontos, dois civis foram fatalmente baleados, incluindo um cobrador de transportes atingido na cabeça e uma mulher alvejada no quintal de sua casa. Nove outros civis sofreram ferimentos, alguns em estado grave, enquanto um agente da PRM também foi ferido.
População Revolta-se Contra a Polícia
A brutalidade policial levou moradores a incendiar o posto policial de Macabhabho, onde confrontos continuaram até a tarde. Segundo Juvenal Chithovele, diretor clínico do Hospital Provincial de Chimoio, algumas vítimas necessitaram de cirurgias de emergência, e uma delas não resistiu.
Manifestações e Impacto Nacional
De 13 a 18 de novembro, pelo menos 28 pessoas morreram e 200 foram detidas na quarta fase das manifestações, considerada a mais violenta. Viaturas foram incendiadas em várias províncias, incluindo Maputo, Manica, Zambézia e Nampula, agravando o caos.
Organizações não governamentais e a plataforma DECIDE contabilizam centenas de vítimas desde o início dos protestos, a 21 de outubro, quando foram anunciados os resultados eleitorais que deram vitória ao candidato da Frelimo.
Reação Regional
A crise em Moçambique chamou a atenção da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que discute a situação em uma cimeira em Harare, Zimbabwe, preocupada com os possíveis impactos regionais da instabilidade.
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O analista político Wilker Dias alerta para grupos infiltrados nos protestos, responsáveis por vandalismos que comprometem a natureza pacífica das manifestações. Enquanto isso, Venâncio Mondlane segue encorajando os apoiantes a manterem as ações de resistência, incluindo bloqueios de rotas comerciais e protestos domésticos.
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Fonte:Voa Português
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