Moçambique enfrenta protestos e tensões pós-eleitorais liderados por Venâncio Mondlane

Protestos em Moçambique: Manifestantes exigem transparência eleitoral e enfrentam repressão

Esta sexta-feira (29/11) marca o encerramento da terceira fase da quarta etapa das manifestações nacionais em Moçambique. 

Os protestos foram organizados por Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido PODEMOS, que contesta os resultados eleitorais de 9 de outubro, atribuídos à FRELIMO pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Segundo a ONG Plataforma Eleitoral Decide, os protestos, iniciados em 21 de outubro, deixaram um saldo de pelo menos 67 mortos e 210 feridos por disparos. 

Nos últimos dias, um vídeo que circula nas redes sociais mostrou um carro blindado atropelando uma manifestante em Maputo, gerando indignação e críticas à atuação das autoridades.

As Forças Armadas classificaram o incidente como um "acidente" e afirmaram que o veículo estava em uma operação de proteção e limpeza das vias durante os protestos.

 No entanto, o sociólogo João Feijó condenou o ato, descrevendo-o como "uma atitude assassina" e sugerindo que o caso seja levado ao Tribunal Penal Internacional.

Apesar das tensões, o clima em Maputo aparenta estar menos exaltado. Venâncio Mondlane, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais na quinta-feira (28/11), incentivou seus apoiadores a enviar 50 mil mensagens ao Presidente Filipe Nyusi, exigindo a demissão do chefe da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael.

Mondlane também recusou participar de uma reunião com Filipe Nyusi e outros candidatos presidenciais, mas propôs um encontro virtual com o chefe de Estado. 

O líder da oposição alegou que 60% dos editais usados pela CNE eram falsificados e que, nos 40% restantes, sua candidatura obteve 53% dos votos. Ele prometeu continuar com as manifestações até alcançar transparência nos resultados.

Os protestos em Moçambique refletem a insatisfação de uma parte significativa da população e levantam preocupações sobre a legitimidade do processo eleitoral e o respeito aos direitos humanos.

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Fonte:DW

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