Podemos considera ação do Ministério Público como tentativa de intimidação
O presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Albino Forquilha, classificou como "intimidação" a ação movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o partido e o candidato presidencial Venâncio Mondlane.
A PGR exige uma indemnização de 32 milhões de meticais (480 mil euros) por danos decorrentes das manifestações pós-eleitorais.
"É mesmo uma intimidação, são ações para proteger a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e não respeitar a Constituição da República", disse Forquilha à Lusa. Ele acrescentou que a ação reflete uma tentativa de silenciar os esforços de contestação às alegadas irregularidades nas eleições de outubro.
A PGR acusa Mondlane e Forquilha de promoverem manifestações que resultaram em "desordem social e destruição de bens públicos e privados", mesmo após advertências para cessarem os apelos à mobilização.
Forquilha rebateu as acusações, afirmando que os protestos visam "reclamar falta de justiça no processo eleitoral" e denunciou o que considera omissões da PGR em relação a outros problemas, como "baleamentos de cidadãos indefesos".
O líder do Podemos garantiu que responderá à ação judicial. "Vamos reagir, vamos nos defender", disse, acusando a PGR de ignorar supostas práticas fraudulentas, como a recolha de cartões de eleitores antes da votação.
Enquanto isso, o Presidente Filipe Nyusi denunciou as consequências das manifestações, relatando 807 feridos, 19 mortos e mais de 200 protestos violentos nos últimos dias. Ele apelou para que adolescentes e crianças não sejam utilizados nas disputas, pedindo que os conflitos sejam resolvidos pelas instituições.
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Os protestos têm como pano de fundo a contestação de Mondlane aos resultados das eleições, que atribuíram vitória ao candidato da FRELIMO, Daniel Chapo, com 70,67% dos votos.
Fonte:DW
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