Qualquer mãe faria o que fiz": Mãe moçambicana confronta polícia em defesa dos filhos
Casimira Macamo, uma moçambicana de 36 anos, tornou-se um símbolo de coragem após enfrentar a Polícia da República de Moçambique (PRM) durante manifestações em Maputo, capital do país. O ato, motivado pela preocupação com a saúde dos seus filhos, ocorreu quando gás lacrimogéneo foi lançado dentro da sua residência.
Nas redes sociais, Casimira foi apelidada de “nova Josina” de Moçambique, uma referência à ativista Josina Machel, símbolo do movimento das mulheres no país. Apesar da fama repentina, a mãe esclarece que não lidera protestos nem participa ativamente de manifestações políticas.
**"Fui apenas proteger meus filhos"**
Em entrevista à DW, Casimira explicou o que a motivou:
"Estava em casa com meus filhos quando minha filha gritou que 'estava a arder'. Tirei-os para fora e fui questionar a polícia por que lançaram gás lacrimogéneo na minha casa"*, relatou.
Após confrontar o comandante responsável, Casimira pediu à população que protestasse de forma pacífica, sem ofensas ou violência.
**Consequências e reações**
Desde o episódio, Casimira tem evitado sair de casa, mas é frequentemente chamada de "Josina" por moradores locais, algo que considera embaraçoso. Ela enfatiza que sua ação foi como mãe e não como ativista:
*"Qualquer mãe no meu lugar faria o que eu fiz"*, declarou, emocionada ao lembrar da perda de um filho em uma manifestação anterior.
**Manifestações continuam**
As manifestações, iniciadas após as eleições gerais de 9 de outubro, têm sido marcadas por protestos contra os resultados. Apesar das tensões, Casimira reforça o apelo pela paz:
"Peço que a população continue levantando suas vozes, mas de forma pacífica."
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Enquanto o país enfrenta desafios sociais e políticos, a história de Casimira Macamo desperta reflexões sobre o papel das mães e das mulheres na luta por direitos em Moçambique.
Fonte:Dw
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