Buzinão em Maputo: Protestos Marcam Exigências por se Mudanças em Moçambique
O candidato presidencial Venâncio Mondlane mobilizou centenas de cidadãos em Maputo para um protesto que tomou as ruas da capital nesta quinta-feira.
Às 12h00, os manifestantes, vestidos de preto, pararam os carros e fizeram soar as buzinas por 15 minutos, em um ato simbólico contra os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, que Mondlane classifica como uma "megafraude".
A insatisfação é generalizada. Juvenália Coane, uma vendedora que aderiu ao protesto, expressou seu descontentamento: "Estamos cansados desta vida.
O arroz custava 800 meticais e agora está a 2000. Para onde vamos com esta situação?"
Apesar do histórico de manifestações tensas em Maputo, este buzinão foi pacífico. Não houve relatos de violência, assaltos ou vandalismo. Mesmo assim, algumas lojas preferiram fechar por precaução.
Raúl Sebastião, que participou do protesto vestindo uma camisete preta, destacou que o ato também foi uma homenagem às vítimas de violência em manifestações anteriores.
"Escolheram alguém [Mondlane], mas depois colocaram outra pessoa [Daniel Chapo, da FRELIMO]. É isso que leva os jovens a protestar", afirmou.
Já Cecília Macamo, outra manifestante, reforçou a urgência de mudanças: "Queremos que o país mude. A comida está cara, tudo está caro e, nos hospitais, o atendimento é péssimo."
Enquanto a oposição lidera os protestos, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) mantém a posição de que Daniel Chapo, declarado vencedor pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), assumirá o poder em janeiro de 2025.
António Niquice, primeiro secretário do partido em Maputo, garantiu: "Que não tenham dúvidas de que, em janeiro, a FRELIMO e Chapo vão assumir o poder.
" Ele ainda negou acusações de que membros do partido tenham incitado desordem durante as manifestações.
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Os protestos seguem como um dos maiores desafios ao governo moçambicano, em meio a uma crescente insatisfação popular diante de dificuldades econômicas e políticas.
Fonte:DW
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